Sherlock S03: As 3 palavras! – TheGuardian

Ontem, pouco tempo depois do Sherlock Masterclass no Festival de Edimburgo, o The Guardian entrevistou Mark Gatiss, Steven Moffat e Andrew Scott.

Aqui está o vídeo do The Guardian:

E agora passemos a transcrever algumas partes desta muito interessante e divertida entrevista para português!

«TheGuardian: “Rat”, “Wedding” e “Bow”. E então, vocês vão dar-nos mais pistas acerca do que isso significa?
Scott: Não.
Moffat: Não de todo.
Gatiss: Essas são as 3 pistas. Se continuássemos assim, teriam o guião.

Entrevistadora do TheGuardian, Mark
Gatiss, Steven Moffat e Andrew Scott
(TheGuardian)

Moffat: Claro. Essa é a ideia principal.
TheGuardian: Vamos agora atirá-las para a Internet que vai ficar completamente maluca…
Moffat: Não… Existem suficientes… Se conheceres teu Sherlock Holmes e se conheceres as coisas que eles se depararão, consegues adivinhar uma parte. Independentemente – independentemente de nos prendermos a isso ou…
Gatiss: Ou o alterarmos completamente. É essa a piada.
Moffat: Sim…
*
TheGuardian: E o Moriarty? Parece ser tão divertido representá-lo, Andrew… ou é apenas…?
Scott: É simplesmente muito divertido.
Gatiss: Foi.
Scott: Sim, claro. Foi.
*
Scott: … as pessoas gostam dessa ideia do “O que - O que acontece a seguir?” e é uma forma muito à maneira antiga de contar uma simples história.
TheGuardian: Dessa forma seria um desmancha-prazeres, não seria?
Scott: Seria! Seria! É o que muita gente me pergunta “E se eu te dissesse? Não é um crime.”
Risos
TheGuardian: Fantástico! Então tu e eu vamos embora agora e tu dizes-me.
Risos

Mark Gatiss, Steven Moffat e Andrew
Scott (TheGuardian)

Gatiss: Seria uma forma de “anticipontamento” [antecipado + desapontamento].
Moffat e Scott: Sim.
Gatiss: Farias “Ah! Oh…”.
Scott: Sim, exatamente. Ninguém quer saber. Ninguém quer mesmo saber.
Moffat: Ninguém quer saber. Querem imaginá-lo o mais possível. Queres sabê-lo como uma parte da história, não queres que te digam.
TheGuardian: É verdade.
*
TheGuardian: Vamos falar acerca do final da 2ª temporada. Porque, francamente, é a única coisa que temos feito desde que estreou.
Gatiss: É mais dos últimos 2 minutos dela.
Moffat: É… é só o final.
Risos
TheGuardian: Então, como – como tinham planeado aquele final? Vocês sabiam o que seria definitivamente…
Moffat: Desde o início. De facto, essa foi a primeira coisa de que falámos, em termos da 3ª temporada… Nós estávamos a pensar “vamos refazer Reichenbach” e a nossa ambição foi dizer “vamos fazer melhor do que o Doyle, vamos fazê-lo morrer, vamos fazê-lo morrer nos braços do Watson e estar definitivamente morto e, mesmo antes da passagem dos créditos, vamos fazê-lo regressar e dizer: Descubram esta!”. Ah…
TheGuardian: E todos já tentaram.
Moffat: Nós… não exatamente… Nós não estávamos à espera…
Gatiss: Não!
Moffat: Quero dizer, mesmo sabendo que “Sherlock” era um sucesso na altura, não poderíamos estar à espera das dimensões que isso iria tomar.

Steven Moffat (TheGuardian)

Gatiss: E o que é realmente espetacular, é realmente… Eu acho que… acaba por se parecer o que aconteceu com as histórias originais. Quando Doyle o matou a nação chorou-o. Os jovens na moda da altura usaram crepe negro nos seus chapéus, o Doyle foi atacado na rua…
Moffat: “Seu bruto!”
Gatiss: … mas isso foi porque parecia que ele o tinha morto definitivamente. Nós trouxemo-lo de volta em 2 minutos e, mesmo assim, obtivemos a mesma reação!!!
Moffat: Sim…
Gatiss: As pessoas… Estou sempre a receber isto no Twitter, as pessoas dizem “Os meus sentimentos nunca irão recuperar” e eu só penso… bem, mas foram apenas 2 minutos de luto…
Risos
Gatiss: … e nós trouxemo-lo de volta! Ele não está morto, ele não é um fantasma. ...Ou será que é?
Moffat: Estamos a ser constantemente acusados de matarmos montes de gente. Mas não matamos! Nenhum de nós! Nós não matamos montes de gente! Quero dizer… na ficção!
Risos
Moffat: Também não matamos pessoas nas nossas vidas pessoais… Porque… Isso é errado!!!
Risos
Moffat: Bem, o Andrew Scott mata…
Gatiss: Sim.
Risos

TheGuardian: Têm teorias favoritas? Porque há muitas teorias.
Moffat: Há uma teoria de que gostamos especialmente, mas essa é de como aconteceu mesmo.
TheGuardian: Sim, claro, sim. Mas para além dessa, há teorias em que vocês pensam “quem me dera ter pensado nisso”…?
Gatiss: Vi algumas em que pensei “Mm, esta até está a começar muito bem… Ooh…! O que é isso? Mm… estava a ir bem até aparecer o homem gigante de biscoito…”. Mas há uma muito engraçada… ah… as filmagens foram editadas então quando ele cai, nivela-se e vuuuuuuu, como o Super-Homem!
Risos
Gatiss: Por acaso, essa é a solução.
TheGuardian: Sabes qual é a solução, Andrew?
Scott: Sei. Então, basicamente…
Risos
*
TheGuardian: Mas quando criam um suspense assim e tanta espectativa, isso tem que criar pressão a algum nível, mesmo que seja uma coisa que vocês realmente adorem…
Moffat: Honestamente, seu sei que isto soa horrivelmente, mas nós estamos apenas excitados com isso. Eu digo-te o que é stressante, eu digo-te o que é stressante, é quando tu tens um programa realmente odiado e mal sucedido e és obrigado a fazer uma 2ª temporada. Isso… ficarás stressada quando tiveres de fazer isso. Falhar é horrivelmente stressante. Um programa que tu achas que é bom mas de que ninguém gosta é stressante. Um programa que tu achas excelente e que toda a gente adora, isso não é stressante, isso é um tempo maravilhoso. Estes são os anos que eu recordarei para sempre. Quando nós formos velhos e esquecidos.
Gatiss: Estes são os dias…!
Risos
TheGuardian: Durante quanto tempo pode “Sherlock” continuar, o que acham?
Gatiss: 160 anos! 
TheGuardian: Preciso!
Scott: …61! 161!
Risos
TheGuardian: Mas têm algum tipo de final…?
Gatiss: Eu disse há muito tempo atrás que seria uma coisa extraordinária começar com o Sherlock e o John Watson muito mais jovens do que normalmente são apresentados e ainda estando nos primeiros dias da sua relação e as correntes ainda a formar-se, seria brilhante para formar um sucesso numa audiência mais jovem e… e uma audiência que já conhecia Sherlock, tal como uma nova audiência para Sherlock Holmes. A ideia de envelhecermos com eles seria fantástica. Fazê-los chegar à idade de Basil Rathbone e Nigel Bruce.
Moffat: Não gostarias de ver esses homens… ficarem muito mais velhos? E com a idade a que estamos habituados a vê-los.
Scott: Que tal sete em cima dessa série?
Risos
Scott: Sete anos!
Risos
Gatiss: Isso seria demais!
Scott: Exatamente, isso seria demais. Nem pensar. Quero dizer, 18 meses é muito!»

Agora, como um “extra”, podem assistir a uma pequena parte do Sherlock Masterclass de ontem, discussão da qual já registámos os pontos mais importantes no P.S. desta mensagem.

A fonte deste vídeo também é o TheGuardian.

Podem encontrar mais informações acerca da 3ª temporada de “Sherlock” aqui, aqui, aqui e aqui.
Para conhecerem todas as informações que temos sobre a 3ª temporada, cliquem na coluna à direita, na nossa etiqueta Sherlock 3ªtemp. .

PHS e VcJ.

P.S. 1– Martin Freeman vai estar num programa em que desvendará a história dos seus antepassados, dentro de minutos (às 16h), no canal Yesterday.
P.S. 2– Visitem a nossa etiqueta Jogos para conhecerem ou relembrarem os vários quizzes de "Sherlock" criados pelo RadioTimes e traduzidos por nós.
Se é a vossa primeira vez, aconselhamos a que resolvam o Quizz A Study in Pink em primeiro lugar, sigam a ordem dos episódios e só no fim resolvam O Grande Quizz de Sherlock!. Divirtam-se!