sábado, 10 de dezembro de 2011

BBC Sherlock – 2ª temporada – A opinião dos criadores e dos actores



Faltam pouco mais de 20 dias para a estreia da 2ª temporada de “Sherlock” na BBC One.





E agora que a euforia começa a "acalmar", trazemo-vos uma tradução para Língua Portuguesa da colectânea das mais recentes reacções dos dois criadores e dos dois actores principais da série quanto à nova temporada.

Mais uma vez, aplica-se o aviso de que NÃO se trata de um spoiler, a não ser que tenham uma imaginação e um poder de perspicácia parecido ao do nosso Grande Detective. Portanto, é uma mensagem segura de ler, ainda que a decisão de prosseguirem esta leitura dependa inteiramente de cada um.


Steven Moffat (realizador, argumentista, criador de “Sherlock”, escritor do 1º episódio da 1ª temporada e do 1º episódio da 2ª temporada):

(Acerca da origens da série.) “Nós quase nos tínhamos esquecido do quão boas as personagens destas histórias são. Elas não são apenas um velho artefacto que se tornou, por acidente, venerado. Elas são, na minha opinião, sem dúvida, o maior sucesso em ficção desde a sua criação há mais de 100 anos atrás na Strand Magazine, actualmente são uma série cinematográfica e televisiva de sucesso e é porque as personagens são perfeitas; elas são brilhantes.”

(Acerca da 2ª temporada.) “Penso que a 1ª série foi mais acerca de John Watson deixando de ser um veterano de guerra massivamente traumatizado e passando a ser um pouco um herói. Este ano é mais acerca da criação do poderoso Sherlock Holmes.”

“Bem, este ano, conscientes de que tínhamos tido bastante sucesso, suponho que sentimos que devíamos fazer as 3 grandes coisas, A Mulher, O Cão e A Queda. Em lugar de fazer as pessoas esperar anos e anos, nós pensámos – esquece lá o prazer da longa expectativa. Vamos fazê-lo agora, mais, mais cedo, mais rápido!” (“… mais rápido!”?! Será possível que ele não saiba que nós já estamos à espera há mais de um ano?!)

“Isto significa que veremos 3 facetas diferentes de Sherlock. Nós temos o Sherlock e o amor, o Sherlock e o medo e o Sherlock e a morte. Definitivamente, ele faz uma volta completa nesta nova série.”

(Acerca dele próprio e de Mark Gatiss.) “Nós somos os maiores nerds de Sherlock Holmes do mundo. Isto tornou-se um sucesso internacional enorme, é um pouco absurdo, é como se fosse o nosso projecto de vaidade, o nosso hobby. E, mesmo assim, todos aderiram!”

(Em resposta a sugestões sobre a expansão das temporadas para mais do que 3 episódios.) “Nós vemo-los como filmes porque têm 90 minutos e, a partir do momento em que soubemos que não iríamos fazer episódios de 1 hora, eles precisaram de ter essa escala. Tinham de ter o tamanho e o peso de um filme.”

Mark Gatiss (argumentista, actor – Mycroft Holmes em “Sherlock”, criador de “Sherlock”, escritor do 3º episódio da 1ª temporada e do 2º episódio da 2ª temporada):

(Acerca de Sherlock.) “Ele é uma massa de contradições e isso torna-o fascinante. Ele é frio, indiferente, arrogante, perigoso, ou seja, absoluta e magneticamente atraente. Também funciona na vida real, mas as pessoas não se lembrariam de Sherlock Holmes e de Dr. Watson se Conan Doyle não tivesse sido um escritor genial, o que ele criou foi ouro puro. É precisamente por isso que nós os adoramos.”

(Acerca do episódio que ele escreveu para esta 2ª temporada, “The Hounds of Baskerville”.) “A minha ideia para Baskerville era, como sempre, procurar o “moderno”. Então, em lugar de filmar uma casa velha e assustadora, eu queria encontrar o tipo de coisa que nos assusta actualmente. Nós ainda somos uma espécie muito crédula mas temos tendência a sentirmos mais medo de coisas secretas e teorias da conspiração. Então eu pensei, que tal um local assustador de pesquisa de armas em Dartmoor? Onde experiências animais secretas ou algo parecido e terrível está a acontecer.” (Experiências científicas?! Hmmmm…)

“A reputação da história foi um desafio óbvio, é a mais amada e famosa de todas elas. Sem pressões! Mas, no seu âmago, é uma história de terror e o horror é uma grande porção do atractivo em Sherlock Holmes. Eu quis fazer a versão mais assustadora de sempre. E tentar resolvê-lo quase me matou!”

(Acerca de toda a 2ª temporada.) “Estamos muito excitados acerca desta nova série e a escolha das histórias encaixou de uma forma natural. O seguimento óbvio era cobrir os livros mais famosos de Conan Doyle e eu estou realmente emocionado com eles, tenho de dizer.”

“A coisa mais espectacular e tocante que me aconteceu durante toda a série foi receber uma carta de uma mulher cujo filho é profundamente disléxico, que nunca lera um livro na sua vida e que agora está a ler os livros de Conan Doyle. Toda a colecção de Sherlock Holmes é fantástica, as vendas das histórias originais subiram, e eu não consegui pensar em nada mais brilhante do que as pessoas serem direccionadas de volta para Doyle, que é a causa de tudo isto. E ainda é um escritor genial criminalmente subclassificado.” (É verdade, muito do fanatismo Sherlockholmiano foi ressuscitado graças a esta série.)

Benedict Cumberbatch (actor - Sherlock Holmes em “Sherlock”):

(Acerca da amizade entre John e Sherlock.) “Sim, a última série brincou com a relação deles algumas vezes, dois homens a viverem juntos e tanta gente a entendê-los mal. Mas este 1º episódio apresenta-nos uma presença feminina muito definida sob a forma de Irene Adler e ela é mais do que um equivalente para Sherlock. Foi muito agradável ter uma oponente feminina.”

“Há muito humor nesta série, muito do qual vem do facto de Sherlock e John estarem a trabalhar no como ser amigos e como viver com a personalidade um do outro. Penso que o humor vem de novas situações mais do que da sua relação. Sem vos revelar nada, há alguns momentos muito agradáveis nesta nova série e é claro há a comédia do John a repreender o Sherlock.”

“O John agora sabe com o que ele está a lidar em Sherlock, ele aceita-o, penso que nesta série o que nós vemos mais é o John a ter de explicá-lo a outras pessoas.”

(Acerca do 1º episódio.) Irene Adler é alguém com um poder incrível. Ela é muito bonita, muito esperta e inteligente, com pensamento rápido e criativa. Ela possui imensos atributos que espelham Sherlock e ela não suporta ser enganada facilmente, no entanto, Steven Moffat e Mark são muito claros, isto é o Sherlock “e” o Amor, não o Sherlock “apaixonado”. Mas os espectadores podem aguardar muito namorico!”

(Acerca de toda a 2ª temporada.) “Com a série 2 nós queríamos que as personagens progredissem, mas, ao mesmo tempo, queríamos dar crédito a alguns dos temas que fizeram a 1ª série tão popular. Agora, o John e o Sherlock estão estabelecidos como uma equipa, ainda há alguns momentos «Não acredito que ele está a fazer aquilo», mas, no seu todo, eles formam uma fronte unida. As personagens estão a evoluir e eles estão a enfrentar alguns dos seus maiores desafios. Penso que, se alguma coisa mudou, ele [Sherlock] está a ganhar humanidade.”

“Penso que a audiência pode esperar 3 filmes incrivelmente diferentes. O 1º episódio vai ser acerca do coração, seja ele qual for para Sherlock. O 2º episódio é acerca do horror e do suspense e o 3º vai ser um pouco mais como uma montanha russa de emoções e um thriller, por isso, estejam à espera de amor, horror e emoções!”

Martin Freeman (actor - John Watson em “Sherlock”):

“Bem, o John não vai começar a fazer deduções, mas ele é preciso lá, o que ele traz para “o jogo” não é o mesmo que o Sherlock, mas é algo útil, como o Mycroft diz com desdém, «o trabalho de pernas». O John consegue fazer um trabalho de pernas diferente do de Sherlock, mas ele fá-lo de qualquer forma. E é basicamente mais do mesmo na realidade, quero dizer não podemos desenvolver muito o papel do John nas deduções porque aí não seria mais acerca do Sherlock. Tem de ser primariamente acerca dele, é a única forma de o fazer, com o John de reforço.” (Um pouco depreciativo da parte dele, não acham? Tendo em conta o comentário da Sherlockology acerca da personagem, eu diria que ele está a ser ridiculamente modesto com estas palavras…)

“Tudo o que eu necessito, como actor, e como uma audiência, é que seja um bom reforço, isso é interessante e tridimensional porque, de outra forma, não consigo entender a razão de estar aqui e certamente eu não estaria aqui se não fosse interessante.”


Leiam a totalidade das entrevistas originais aqui, aqui e aqui.


Até mais,
ST e PHS.

No Twitter de Steven Moffat.
(Cliquem na imagem para verem em maiores dimensões.)

5 comentários:

T.S. Frank disse...

Ai, My God! Esperando ansiosa por toda a temporada!!!!

T.S. Frank
www.cafequenteesherlock.blogspot.com

Sol disse...

Pra ser spoiler não tinha de contar o fim da história ou, pelo -, parte dela? Não há nada disso aqui, é uma mensagem perfeitamente segura! Não acho que haja necessidade pra esse aviso no início...

Eu concordo com Gatiss. Falando por mim, só comecei a ler os livros de Doyle após ter assistido a série ;)

Adoro esse blog. Por favor continuem postando!

Snail Trail disse...

Tem toda a razão, de facto, talvez o aviso não se justifique. ;)

E obrigada, o prazer é nosso.
ST.

Lorena disse...

O Sherlock é um fofo!!!

Kennedy disse...

Sem comentarios. A série tem mostrado com eficiencia e perpicácia a maneira genial como Dolly fez. Lógico que para fanáticos no mundo Sherlockiano que nem nos, fissurados em suas obras, o reflexo sempre será reflexo nunca a original, porem, de todas as adaptações que eu tenho visto, e mesmo aquelas feitas em 19.., percebemos que esta série, é a que mais se aproximou de sherlock holmes.


paz amor e rock an roll.

ao (ao som do bom vivald summer)

kennedy gomes

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